O Corcunda de Notre Dame

Estas maiúsculas gregas que traduzidas significam "FATALIDADE", enegrecidas pelo tempo e bem profundamente entalhadas na pedra, tendo impressos em suas formas e atitudes não sei que sinais próprios de caligrafia gótica, como para revelar que fora mão de Idade Média que as escrevera ali, e sobre tudo o sentido lúgubre e fatal que encerram, impressionaram vivamente o autor. Ele perguntou de si para si, tentou adivinhar qual poderia ser a alma amargurada que quisera abandonar este mundo sem deixar esse estigma de crime ou de infelicidade no frontispício da velha igreja. Depois, pintaram ou rasparam (já não sei mais) a parede, e a inscrição desapareceu. Porque é assim que fazem, depois de passados duzentos anos, com as maravilhosas igrejas da Idade Média. As mutações lhes vêm, de todos os lados. Tanto de dentro como de fora. O Padre as pinta, o Arquidiácono as raspam; depois vem o povo, para demoli-las. Assim fora a frágil lembrança que lhe consagra aqui o autor deste livro, nada mais resta hoje em dia da palavra misteriosa gravada na sombria torre de NOTRE DAME, nada resta do destino ignorado que ela resumia tão melancolicamente. O homem que escreveu essa palavra no muro se extinguiu, há vários séculos, do meio das gerações, a palavra por sua vez se apagou da parede da igreja, e a própria igreja talvez dentre em breve se apague da terra. Foi por essa palavra que escrevemos este livro.

Algumas versões da obra de Victor Hugo já são bem conhecidas, filmes ou desenhos com adaptações diferenciadas já foram produzidos, como a Disney por exemplo, o enfoque principal cai sobre a personagem Quasímodo. Na França, um grande musical vem sendo encenado sob o título de Notre Dame de Paris, que é também o título original da obra, que, quando da tradução para português, recebeu o nome de "O CORCUNDA DE NOTRE DAME", daí talvez algumas leituras caiam sobre esta personagem. A P5 Produções, hoje Marcoproduções leva aos palcos teatrais o espetáculo sob o mesmo título, porém o enfoque principal está nos acontecimentos da época na cidade de Paris, as festividades dos ciganos, o romantismo, a tragédia e tantos outros acontecimentos, tendo como sítio os arredores e interiores da Catedral de Notre Dame. Assim sendo, buscamos em nossa produção, retratar os acontecimentos da trama de Victor Hugo, preservando suas personagens e buscando o máximo de fidelidade à obra.

Os figurinos assinados por Alexandre Colla, foram confeccionados com tecidos rústicos, como: aninhagem, sacos e jutas, além da utilização de materiais recicláveis. O cenário assinado por Yuri Simon e Heleno Polisseni é grandioso, contém sinos, vitrais e outros. Não se tem uma reprodução fiel da Catedral de Notre Dame, porém, com suas movimentações e recursos cênicos, os ambientes são bem definidos e remetem o espectador ao período da cena. Yuri Simon assina também a iluminação, fator importante do espetáculo, que aliada ao cenário define ambientações e situações variadas. O elenco é composto de 15 atores com preparação em canto e dança, que se movimentam entre as cenas, dando vida ao espetáculo e desenvolvendo toda a trama.

As 11 músicas originais que são cantadas e encenadas durante toda a ação, são assinadas por Leo Mendonza. Ainda como recursos sonoros o espetáculo conta com alguns arranjos percurssivos assinados por Geovane Sassá.

O que se tem é um espetáculo grandioso, que busca apresentar este clássico de Victor Hugo de forma mais fiel possível à obra original.

A montagem de um espetáculo nesta proporção é sem dúvida um grande desafio, e o resultado é triunfo de toda a equipe envolvida. Agradecemos à todos os envolvidos direta ou indiretamente na realização deste trabalho.

O espetáculo estreou em 19 de junho de 2001 no teatro Sesiminas, em sua trajetória conta co 10 prêmios, 3 anos em cartaz, 115 apresentações, 14.218 espectasdores. Terminando dia 15 de Fevereiro de 2004.

Ficha técnica

  • Alice Correa: Gargula, Cigana - 2a. montagem
  • Ana Cristina: Velha /Cigana - 2a. montagem
  • Anderson Matos: Pierre Gringoire - 1a. montagem
  • Andrea Piol: Mahiette, Cigana - 2a. montagem
  • Carla Erhart: Sra Aloize/ Gudule - 2a. montagem
  • Carol Romano: Berangere, Cigana - 1a. montagem
  • Cenografia: Heleno Polisseni e Yuri Simon
  • Claudia Assunção: Sra Aloize/Gudule - 1a. montagem
  • Coreografia: Andréa Erhart
  • Diogenes: Clopin - 1a. Montagem
  • Direcao: Marco Amaral
  • Enedson Gomes: Pierre Gringoire - 2a.montagem
  • Euler Andrade: Cigano/ Phoebus - 2a. montagem
  • Fabrizio Teixeira: Phoebus - 2a. montagem
  • Felipe Vasconcelos: Gárgula, Juiz Surdo - 1a. montagem
  • Ferrucio Verdolin: Frollo - 2a. montagem
  • Figurino: Alexandre Colla
  • Gal Gomes: Velha, Cigana - 1a. montagem
  • Gledes Gualberto: Berangere, Cigana - 2a. montagem
  • Helda Baeta: Esmeralda - 2a. montagem
  • Jaime Rodrigues: Clopin - 2a. montagem
  • João Riveres: Juiz, Cigano 1a. montagem
  • Kátia Kouto: Esmeralda - 1a. montagem
  • Karina Brandao: Gargula/Cigana - 1a. montagem
  • Leleo Scarpelli: Clopin -1a. montagem
  • Luciana SantAnna: Fleur de Lys, - 2a. montagem
  • Marco Eurelio: Gargula / Advogado - 2a. montagem
  • Patrícia Rodriques: Mahiette, Cigana - 1a. montagem
  • Producao: Marco Amaral, Emerson Rezende, Ana Nery
  • Roberto Polido: Gárgula, Advogado - 1a. montagem
  • Samuel Alvarenga: Juiz e Cigano - 2a. montagem
  • Simone Santos: Fleur de Lys, Cigana - 1a. montagem
  • Tamar Bambaia: Cigano - 2a. montagem
  • Texto: Victor Hugo
  • Trilha Original: Leo Mendonca
  • Wolney de Oliveira: Phoebus - 1a. montagem
  • Yuri Simon: Quasímodo - 1a. montagem
  • Zeca Santos: Frollo - 1a. montagem

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